quarta-feira, abril 30, 2025
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Assembleia mobiliza mais de 300 mulheres indígenas na luta por direitos

Mais de 300 mulheres indígenas dos povos Karipuna, Palikur, Galibi Kali’nã e Galibi Marworno das terras indígenas Uaçá, Galibi e Juminã, se mobilizaram para mais uma Assembleia Ordinária em busca de apoio para manter direitos fundamentais. O evento foi promovido pela Associação de Mulheres Indígenas em Mutirão (AMIM) em parceria com instituições públicas e privadas e contou com o apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). A assembleia ocorreu  na Aldeia Espírito Santo, localizada na Terra Indígena Uaçá, no município de Oiapoque.

Durante o evento, as participantes discutiram propostas e sugeriram projetos com o objetivo de trazer melhorias concretas para suas comunidades. Essas ideias são votadas em plenária e, quando aprovadas, são encaminhadas a parceiros para implementação conjunta. “O objetivo das mulheres não é superar os homens, mas estar no mesmo patamar”, destacou a presidente da AMIM, cacica Janina Karipuna, se referindo a direitos fundamentais a ambos os gêneros.

Direitos fundamentais

A Assembleia Ordinária contou com o apoio da Funai, por meio da Coordenação Regional Amapá e Norte do Pará (CR-ANP), fornecendo insumos como gêneros alimentícios, combustíveis e apoio logístico para o transporte das participantes.

“O evento representa a identidade dos povos indígenas no contexto histórico de lutas por direitos que se estendem desde a colonização, reforçando a resistência e legado de força, de conquistas e persistências, no cenário que se mostra cada dia mais difícil manter direitos e garantias do que conquistá-los”, expõe a coordenadora regional da Funai, Priscila Karipuna.

Segundo ela, as histórias das mulheres indígenas de Oiapoque inspiram gerações a lutarem pelos seus povos com objetivo de construírem um caminho para um futuro mais justo. “Observamos que, há muito tempo, elas buscam obter direitos fundamentais como acesso à saúde, educação e justiça social, que são direitos básicos que mulheres indígenas continuam a reivindicar, vivenciando a cada dia diversos desafios como preconceito racial e social, violências de gênero, nas suas mais variadas vertentes, e desafios ambientais”, analisa a coordenadora regional.

Ainda de acordo com Priscila Karipuna, eventos dessa natureza mostram a importância de se manter os usos e costumes culturais, a tomada de decisões comunitárias, a preservação de tradições, línguas indígenas e transmissão de saberes ancestrais aos jovens indígenas, por meio de seus cerimoniais e rituais como formas de fortalecer a identidade étnica e conectar as gerações.

Protagonismo feminino

Criada em 2016, a AMIM nasceu de um grupo de mulheres indígenas participantes de oficinas de corte e costura, movidas pelo desejo de ocupar espaços tradicionalmente masculinos e fortalecer seu protagonismo. Atualmente, a associação reúne mulheres das etnias Karipuna, Palikur, Galibi Kali’nã e Galibi Marworno, organizadas em seis regiões do município de Oiapoque.

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