Na próxima sexta-feira, 26 de abril, a sede da ONG Humanizarte, localizada no bairro Zerão, Zona Sul de Macapá, será palco de uma Páscoa diferente. Cerca de 75 crianças e 35 adolescentes em situação de vulnerabilidade socioeconômica não apenas receberão ovos de chocolate, mas também colocarão a mão na massa para criá-los.
A ação, que já é tradição, ganhou um novo significado em 2025: ” Nosso objetivo vai muito além da doçura do chocolate. Nós queremos, com essa ação, fortalecer o sentimento de pertencimento, de autonomia e alegria nas crianças.”, explica Fernanda Lopes, vice-presidente da instituição.
Como ajudar:
A iniciativa depende de doações de barras de chocolate (no valor de R$ 20 cada) ou contribuições via PIX para acontecer. “As doações podem ser entregues na nossa sede, na Rua Luís Azarias, 1102, no Zerão, ou nós buscamos no local que o doador indicar. Basta entrar em contato pelo nosso Instagram”, reforça Fernanda.
Ajude aqui 👇
Chave pix: 40.362574/0001-24 (associação beneficente Humanizarte).
Conheça a história da ONG
Fundada como uma associação beneficente, a Humanizarte atua como um centro sociocultural que usa a arte e o cuidado com a saúde mental para transformar realidades. ” Nós queremos humanizar essas experiências, principalmente em locais onde as emoções e os direitos das crianças e adolescentes muitas vezes são invalidados. Então nós fazemos isso usando a arte como uma ferramenta potente de transformação social.”, afirma Fernanda. O espaço, cedido pela voluntária Francy Alves, oferece oficinas de arte, ciência, direitos humanos e saúde, além de aulas de jiu-jitsu aos sábados.
“Trabalhamos com apresentações teatrais, campanhas educativas e eventos como a Ceia de Natal e a Páscoa. Tudo pensado para fortalecer vínculos e promover desenvolvimento emocional e social”, detalha. A instituição também inclui famílias nas atividades, criando uma rede de apoio que vai além das crianças. “Aos poucos, a comunidade entende nosso propósito. Hoje, temos famílias que confiam no nosso trabalho e nos ajudam como podem. As crianças veem este espaço como um lugar de segurança e afeto”.
Apesar do impacto positivo, a ONG enfrenta obstáculos. “O maior desafio é manter o apoio financeiro contínuo. Precisamos de recursos para atividades durante todo o ano, não só em datas comemorativas”, revela Fernanda. Outra dificuldade é a estrutura física: “Precisamos de um espaço próprio para alcançar mais áreas do bairro, tão carentes quanto as que já atendemos”.
Atualmente, a equipe é formada por voluntários de diversas áreas, como psicólogos, educadores, profissionais da saúde e a líder comunitária Jesus Fagundes, que mora na mesma região atendida. “Ela é essencial para nosso trabalho. Todos aqui são unidos pelo mesmo propósito: cuidar, acolher e transformar a comunidade”, destaca Fernanda.

Contexto Nacional:
Apesar de avanços recentes, o Brasil ainda enfrenta desafios profundos na proteção à infância. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o número de crianças e adolescentes em situação de pobreza multidimensional caiu 16% entre 2017 e 2023, passando de 34,3 milhões para 28,8 milhões. No entanto, mais da metade (55,9%) da população de 0 a 17 anos ainda vive em condições que envolvem não só falta de renda, mas também privações em educação, acesso à informação, saneamento básico, moradia digna e proteção contra o trabalho infantil.