No centro do suposto esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal e que resultou na Operação Plattea, realizada nesta quinta-feira (19/09), está um contrato de 10,3 milhões de reais para a execução de serviços de urbanização, paisagismo e aterro hidráulico na Praça Jacy Barata, na orla de Macapá.
As investigações tiveram inicio em agosto, quando o empresário Claudiano Monteiro de Oliveira, dono da construtora C.M. de Oliveira, que estava à frente da revitalização da praça, afirmou à Justiça ter pagado, entre o final de 2022, e o início de 2023, propina de 10.000 reais em espécie ao secretário municipal de Obras, Cássio Cleidsen Rabelo Cru.
Em depoimento a justiça o empresário declarou ter pago propina ao secretário, sendo R$ 10 mil para o próprio secretário ´e R$ 500 mil “para o chefe maior”. Em nenhum momento do depoimento Claudiano cita nominalmente quem seria o “chefe maior” do secretário, deixando subtendido.
“Com o avanço da obra, há indícios que os pagamentos de vantagens indevidas a servidores subiram para 20% do valor a ser recebido pela empresa, em razão dos serviços prestados. No total, mais de R$ 500 mil reais podem ter sido pagos indevidamente”, afirma a PF.
O valor da obra foi repassado pelo governo federal para a urbanização, paisagismo e aterro hidráulico da rua Beira Rio, em frente a antiga residência oficial.
Outras contratações da secretaria de Obras da prefeitura já chamaram atenção anteriormente. Recentemente, conforme matéria publicada pelo ConectAmapá, o órgão homologou, uma licitação de 300 milhões de reais vencidos pela empresa da ex-deputada Francisca Favacho, mãe do deputado Acácio Favacho (MDB), mesmo partido do prefeito.