É dia de festa na “capital morena”. Quem chega a Macapá se depara com uma mistura de sentimentos e sensações. A exuberância da natureza se reflete nas águas do majestoso rio Amazonas que, ainda longe da foz, sobe e desce margeando a capital que completa (4), 267 anos. Se de um lado do rio, o visitante vislumbra o horizonte se confundindo com o arquipélago do Marajó (PA), do outro, o concreto se espraia tocando a floresta tropical que cobre todo o Estado do Amapá até o Oiapoque, na divisa do Brasil com a Guiana Francesa.
Antes de ser assim chamada, Macapá, a cidade recebeu dois nomes: foi batizada como Adelantado de Nueva Andaluzia, em 1544, pelo então Rei da Espanha, Carlos V, e recebeu mais tarde, na época de sua fundação, o nome de São José de Macapá.
A cidade foi criada em 1738 a partir de um destacamento. A história do nome Macapá iniciou como vila e foi oficializada assim no dia 4 de fevereiro de 1758, pelo então governador do Grão-Pará, Francisco Xavier de Mendonça Furtado. Nesse momento da história, a cidade era habitada por casais de açorianos, e a economia, cultura e política eram ligadas ao estado do Pará. Só em 1859 que a vila foi elevada à categoria de cidade, por intermédio do tenente-coronel Henrique Rolan.
“A memória da cidade cresceu em torno de dois símbolos, a igreja de São José de Macapá, inaugurada em 1761, e da Fortaleza de São José de Macapá, inaugurada em 19 de março de 1782. Foram esses dois monumentos que se concentraram, respectivamente, a religião e cultura, e o outro com a política e governo”, explica o historiador Edgar Rodrigues.
A Fortaleza de São José de Macapá é uma das maiores do país e uma referência para os amapaenses, por representar um marco cultural, arquitetônico e histórico da cidade. Ao visitar o monumento em formato de um polígono estrelado, o turista faz uma viagem ao Brasil colonial. O Parque do Forte, na área externa da fortaleza, é um complexo turístico e de lazer ideal para caminhadas e piquenique, além da vista do rio Amazonas, nos decks panorâmicos ao longo do percurso. Um trapiche se projeta sobre o rio e leva o turista de bondinho ou caminhando cerca de 500 metros sobre as águas do maior rio do mundo em volume de água e o segundo em extensão do planeta.
A igreja de São José de Macapá, construída em 1761, é o monumento mais antigo da cidade. A construção tem torre lateral única e fachada neoclássica. A arquitetura simples, trazida pelos jesuítas, se reveste de beleza na maior festa da cidade, a do padroeiro São José, em 19 de março. Uma imagem do santo, de costas para a cidade, sobre uma pedra a 300 metros da margem do rio abençoa os viajantes que passam ou chegam pelo Amazonas. Já o Círio de Nazaré de Macapá, no segundo domingo de outubro, reúne mais de 250 mil pessoas e se tornou o maior evento religioso do Amapá.
O jeito de viver dos povos tradicionais da Amazônia é reproduzido pelo Museu Sacaca. O local mostra em detalhes o dia a dia dos indígenas, ribeirinhos e castanheiros. Já a influência negra no Amapá é valorizada no Museu do Negro. Já na Casa do Artesão, os visitantes encontram trabalhos dos indígenas e demais ribeirinhos em peças de madeira, argila, fibra vegetal, sementes e penas, entre outros elementos retirados da natureza, sem impactar o meio ambiente.
Macapá é considerada a cidade do centro do mundo, por ser a única capital cortada pela Linha do Equador, ou seja, lá podemos estar em dois hemisférios ao mesmo tempo. O Estádio Zerão também permite essa experiência única aos torcedores e turistas. Eles se dividem nas arquibancadas localizadas nos dois hemisférios, enquanto os jogadores disputam a bola, ora no norte ora no sul da terra, já que a linha do equador corta o campo de futebol ao meio.
Além disso, a capital está situada no meio da Floresta Amazônica e é a única banhada pelo rio Amazonas, o maior rio do mundo. A cidade do orgulho amazônico é repleta de riquezas naturais.
Parabéns Macapá pelos seus 267 anos de história!