O Amapá viu a doença vassoura-de-bruxa devastar plantações de mandioca em teras indígenas de Oiapoque e depois se espalhar para outros cinco municípios. Agora, a praga quarentenária ameaça migrar para o estado vizinho, o Pará—maior produtor de raiz de mandioca do Brasil.
A situação é causada pelo fungo Ceratobasidium theobromae (também chamado de Rhizoctonia theobromae). O apelido de vassoura-de-bruxa vem do fato de os ramos das plantas ficarem secos e deformados, com um quadro de nanismo e proliferação de brotos fracos e finos nos caules.
Diante deste cenário, o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) declarou emergência fitossanitária no dia 30 de janeiro, pelo risco de surto da praga nos dois estados. Por enquanto, não há registro da doença em plantações no Pará —a medida é uma estratégia preventiva na região.
Os municípios do Amapá afetados pela doença são: Oiapoque (com ocorrência generalizada), Calçoene (no distrito do Carnot e na comunidade de Irineu e Felipe), Amapá (Cruzeiro e Piquiá), Pracuúba (comunidade do Cujubim), Tartarugalzinho (Montainha, Itaubal do Tartarugal e no P.A. Bom Jesus) e Pedra Branca do Amapari (nas comunidades do Tucano 1 e Nova Divisão).
De acordo com a pasta, o fungo não representa risco à saúde humana, apesar de ser altamente destrutivo para as lavouras. O ministério e o governo estadual não estimaram o volume de perda desde o primeiro sintoma da doença, identificado em 2023.
Ainda segundo o ministério, a vassoura-de-bruxa das plantações de mandioca não é a mesma da árvore de cacau. Os dois casos são originados por fungos diferentes. A Rhizoctonia theobromae é considerada inédita no país.
Em fevereiro, o Governo do Amapá intensificou ações de combate, como a instalação de barreiras sanitárias, estufas de limpeza e multiplicação de manivas e a distribuição do manual de procedimentos, com edições em línguas indígenas e em português, abordando as medidas que reduzem os riscos de contaminação.