O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) decidiu se manifestar sobre os discursos de ódio propagados nas redes sociais. Em um vídeo publicado em suas plataformas, Randolfe destacou que vem sendo alvo de ataques virtuais violentos em razão de sua atuação parlamentar.
O senador citou dois exemplos recentes que desencadearam ondas de insultos e ameaças contra ele: sua participação na luta pela vacinação durante a pandemia da Covid-19 e, mais recentemente, sua posição política em relação à pesquisa para exploração de petróleo na costa do Amapá.
Líder do governo Lula no Senado Federal, Randolfe é defensor da pesquisa e da exploração de petróleo na Margem Equatorial. No vídeo, o parlamentar lembra que, desde 2015, vem atuando para que seja autorizada a pesquisa na costa amapaense.
Discursos de ódio
Segundo o Relatório de Recomendações para o Enfrentamento ao Discurso de Ódio e ao Extremismo no Brasil, produzido pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania em 2023, os discursos de ódio são geralmente disfarçados de opinião. E, quando isso ocorre, é comum ouvirmos a seguinte justificativa: “mas essa é apenas a minha opinião”.
Ainda segundo o relatório, as principais manifestações de ódio e extremismo a serem enfrentadas são: misoginia e violência contra as mulheres; racismo contra pessoas negras e indígenas; ódio e violência contra a população LGBTQIA+; preconceito contra comunidades e pessoas religiosas; e xenofobia.
Para especialistas no tema, se algum comentário — pessoalmente ou na internet — desrespeita, ataca, ofende, ameaça ou humilha alguma pessoa ou grupo, trata-se de uma situação de ódio, e não de opinião.
De acordo com a definição da ONU (Organização das Nações Unidas), discurso de ódio refere-se a qualquer tipo de comunicação que incentive ou promova discriminação ou ataques contra uma pessoa ou grupo com base em distinções como raça, religião, etnia, gênero, nacionalidade, entre outras características. Extremismo, por sua vez, é caracterizado por atitudes, opiniões ou ações consideradas radicais, que frequentemente promovem a intolerância ou a violência.
Polarização
No Amapá, a polarização política nacional entre eleitores do presidente Lula (PT) e do ex-presidente Bolsonaro (PL) soma-se à polarização local entre apoiadores e aliados do prefeito de Macapá, Antônio Furlan (MDB), e do governador Clécio Luís (Solidariedade). Além dos discursos de ódio, as redes sociais também têm sido utilizadas para a disseminação de mentiras, as chamadas fake news.
O caso mais emblemático ocorreu durante as eleições de 2024, quando o então secretário de Comunicação da Prefeitura de Macapá, Diego Santos, enviou informações falsas em dois grupos de WhatsApp contra o governador Clécio Luís e o senador Davi Alcolumbre. O caso ficou de ser investigado pela Polícia Civil, porém não há informações atualizadas sobre o andamento do inquérito.
Senador
No vídeo, Randolfe afirma: “Ódio não tem lado. Ódio é a negação da política, e a negação daqueles que não querem debater.” O senador conclui dizendo que não abre mão de suas convicções.