A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação (MEC), aprovou no dia 18 deste mês a criação do Programa de Pós-graduação em Enfermagem para o Cuidar-Educar (ProECE), que ofertará o Mestrado Profissional em Enfermagem na Universidade Federal do Amapá (Unifap).
Segundo a presidente da comissão de elaboração da proposta de criação do mestrado, Profa. Dra. Camila Rodrigues Barbosa Nemer, o mestrado profissional formará mestres em Enfermagem com foco para o cuidar-educar na Amazônia.
“[Os alunos] serão capacitados para atuarem na oferta e gestão do cuidado, promovendo práticas inovadoras de Enfermagem, produzindo saberes, processos e produtos para o cuidar e educar nos diferentes níveis de atenção à saúde, contribuindo assim para formação de recursos humanos de alto nível e com o desenvolvimento científico e tecnológico sustentável no Amapá, na região Amazônica e, consequentemente, no Brasil”, afirma Nemer.
A pós-graduação terá uma área de concentração, “Produtos e processos para o cuidar-educar em Enfermagem de grupos em condições de vulnerabilidade na Amazônia”, com duas linhas de pesquisa: “Produtos e processos em Enfermagem para o cuidar-educar de pessoas no contexto das doenças e agravos não-transmissíveis” e “Produtos e processos em enfermagem para o cuidar-educar no contexto das doenças infecciosas, parasitárias, maternas, perinatais, infantojuvenis e nutricionais”.
O mestrado contará com 15 docentes permanentes em seu colegiado e ofertará 15 vagas anuais. O público-alvo serão enfermeiros com nível superior que comprovem experiência profissional mínima de um ano e vínculo empregatício nas redes de saúde municipal, estadual ou federal e/ou nas instituições privadas ou filantrópicas que prestem serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Saúde e desenvolvimento
Para a Profa. Camila Nemer, a criação do ProECE é fundamental para qualificar profissionais de saúde do estado para enfrentarem as demandas e desafios existentes no setor e gerar produtos e processos em Enfermagem que contribuam para a melhoria da qualidade dos cuidados prestados à população.
“Temos enfermeiros em hospitais, unidades básicas de saúde, setores de gestão, que aspiram ampliar sua educação continuada em cursos de pós-graduação stricto sensu com vistas à promoção da qualidade da assistência, bem como o acompanhamento dos alunos de graduação, especialização e residência e, ainda, a ampliação e valorização da pesquisa e extensão, elementos primordiais para o desenvolvimento regional”, observa a Profa. Dra. Camila Nemer.
Diminuir as diferenças intra e inter-regionais relacionadas à oferta de cursos de pós-graduação stricto sensu é outro desafio e justificativa para a implantação do Mestrado Profissional em Enfermagem.
“A Região Norte tem quatro cursos de mestrado (…) e dois doutorados, e todos esses cursos estão no Pará e Amazonas. Há necessidade de maior oferta de programas de pós-graduação, particularmente, porque a dificuldade de acesso e mobilidade entre os estados representam desafios para estudantes, bem como sua fixação na instituição de origem. Nesse sentido, é importante a indução de oferta de mais cursos de mestrado em estados que ainda não o possuem”, avalia Nemer.
O próximo passo é a expedição da portaria de autorização de funcionamento de curso da Capes, que deve ser publicada até o final de 2024. A previsão é que o primeiro processo seletivo do mestrado seja realizado no segundo semestre de 2025.